QUEERZÔNIA reúne mais de 20 artistas LGBTQIAPN+ em mostra no Centro de Manaus durante mês do orgulho

 

Exposição coletiva acontece no Espaço Sereia Mística e propõe uma leitura radical da Amazônia queer, com presença de DJs e entrada a R$ 10

Em pleno mês do orgulho LGBTQIAPN+, os coletivos Arte Ocupa e Caramelos Trabalhando unem forças para apresentar QUEERZÔNIA: onde o orgulho não brilha — ele queima, exposição coletiva que acontece no próximo dia 12 de junho, a partir das 19h, no Espaço Cultural Sereia Mística, em Manaus.

A proposta da mostra vai na contramão do arco-íris higienizado e das narrativas domesticadas que muitas vezes marcam o mês do orgulho. Em vez disso, QUEERZÔNIA oferece uma imersão crua, suja e real nas entranhas da Amazônia Queer, com obras de mais de 20 artistas viscerais que exploram identidades, resistências e afetos que nascem entre becos, florestas, delírios e calçadas escaldantes das cidades amazônicas.

A curadoria é assinada por Marcelo Rufi e Andrew Ponto, e o projeto gráfico da exposição leva a assinatura do ELADZINE :3.

Entre os artistas participantes estão: Gedeon Nunes, Lu Saturno, Bina, Fabilismo, Estevan Leandro, Caio Tinoco, Gabriel de Andrade, Luiz Oliveira, Francisco Aquino, Theodor, Jeff Aguiar, Transamazônica, Ciara Lua Crescente, Álvaro Oliveira, Gothick Mushroom, Ventinho, Sofia Batista, Bruno Rios, Perzpica e Onça Clandestyna.

A identidade visual da exposição toma como símbolo a mucura, o gambá amazônico, animal marginalizado que se transforma aqui em ícone de resistência, ambiguidade e reinvenção queer. A mucura — frequentemente associada ao lixo, ao cheiro e à escuridão — é ressignificada como metáfora viva da dissidência: um ser que, mesmo desprezado, sobrevive, transita e desafia normas. É essa a essência da QUEERZÔNIA: não caber, mas ferver.

Além das artes visuais, a noite contará com atrações musicais que evocam a pulsação noturna e desobediente da cidade. Sobem ao palco os DJs Ramon Oliveira, Alex Jensen e o artista sonoro Abnersil Jabutt, com sets que transitam pelo pós-punk, eletrônico e experimental, conduzindo o público por uma jornada sonora tão desconcertante quanto libertadora.

A união dos coletivos

A realização da QUEERZÔNIA é fruto da colaboração entre dois importantes coletivos artísticos da capital amazonense:

• O Caramelos Trabalhando é um grupo formado por artistas com deficiência que usam a arte como forma de afirmação política, inclusão e expressão. Com estética própria e crítica social afiada, o coletivo propõe novas formas de olhar e sentir o mundo, desafiando estigmas e ampliando o campo da acessibilidade cultural.

• O Arte Ocupa, criado em 2021 por Sarah Campelo e Marcelo Rufi, atua em bairros periféricos de Manaus com oficinas, intervenções urbanas e eventos que valorizam identidades indígenas, negras, LGBTQIA+ e infantis. Já realizou mais de 40 edições em diversas zonas da cidade e se destaca por projetos como a exposição “Quanto + Preto Melhor” e o “Arte Ocupa Mossoró”, desenvolvido em parceria com o Instituto Nu, promovendo arte e inclusão na comunidade do bairro Petrópolis.

A união desses dois coletivos nesta exposição representa um gesto político profundo: a soma de forças entre corpos dissidentes que, mesmo marcados pela exclusão, reivindicam centralidade e complexidade. Juntos, eles constroem um espaço de visibilidade para artistas que muitas vezes ficam à margem dos circuitos formais, propondo um novo imaginário de arte amazônica — sujo, queer, vivo e pulsante.

SERVIÇO
QUEERZÔNIA — Exposição Coletiva
🗓 Data: 12 de junho (quinta-feira)
🕖 Horário: A partir das 19h
📍 Local: Espaço Cultural Sereia Mística
🎧 Atrações musicais: DJ Ramon Oliveira, DJ Alex Jensen e Abnersil Jabutt
🎨 Curadoria: Marcelo Rufi e Andrew Ponto
💸 Entrada: R$ 10 (lista trans free)
📣 Realização: Coletivos Arte Ocupa e Caramelos Trabalhando

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Redacao Portal Impacto

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