Sócio de empresa fantasma é preso em Manaus por golpe de falso consórcio
MANAUS – Uma mulher de 22 anos e um homem de 25 foram presos suspeitos de aplicar golpes com falsos consórcios em Manaus. A prisão ocorreu nesta terça-feira (18) na Operação Consórcio de Papel, da Decon (Delegacia Especializada em Crimes contra o Consumidor). Os investigadores também cumpriram cinco mandados de busca e apreensão.
Segundo o delegado Rafael Guevara, o grupo utilizava um escritório localizado no bairro Cachoeirinha para atrair vítimas a partir de anúncios no Facebook Marketplace. As publicações exibiam supostos veículos à venda por valores atraentes.
“Esse grupo divulgava propagandas, principalmente no Facebook Marketplace, de venda de bens móveis e imóveis, principalmente carros. Convidava essas pessoas que tinham o sonho de adquirir um veículo para esse escritório. Lá, elas eram enganadas, eram ludibriadas e assinavam um contrato de um falso consórcio”, explicou Guevara.
Empresas fantasmas
A polícia identificou que os suspeitos abriram duas empresas fantasmas com nomes quase idênticos ao de uma administradora de consórcios legítima, chamada Promove Consórcio, sediada em Cabedelo (PB) e autorizada pelo Banco Central do Brasil.
“Eles abriram duas pessoas jurídicas aqui em Manaus imitando o nome e a logomarca de uma administradora de consórcio legítima. Colocaram como CNAE principal a administração de consórcio, mas nenhuma dessas empresas tem autorização do Banco Central”, disse o delegado.
As empresas registradas pelos criminosos se chamavam Promove Administradora Ltda. e Promove Consultoria e Gestão Ltda.. Ambas eram utilizadas para receber valores de entrada pagos pelas vítimas, que variavam entre R$ 4 mil e R$ 10 mil, dependendo do valor da carta de crédito supostamente oferecida.
Vítimas
Até o momento, 10 vítimas procuraram a Decon, mas o número pode ser maior. “Nós atendemos 10 vítimas até o momento. Verificamos que outros boletins foram registrados em outras delegacias. São dezenas de vítimas, com certeza”, declarou Guevara.
O delegado afirmou que essa modalidade criminosa não é inédita em Manaus, e que o grupo agia mudando frequentemente de endereço para evitar ser localizado. “Quando aquele ponto comercial fica ‘queimado’, eles fecham e vão para outra localidade, mudam o nome do escritório e continuam aplicando o golpe”, completou.
A mulher presa trabalhava na área de pós-venda do escritório, enquanto o homem detido é sócio de uma das empresas criadas para aplicar os golpes. “Conseguimos prender o sócio de uma dessas pessoas jurídicas e uma funcionária que atuava no pós-venda”, afirmou Guevara.
Ambos são naturais de Manaus. Outros dois alvos da operação estão foragidos.
Os criminosos prometiam crédito fácil mesmo para pessoas com score baixo ou nome negativado. “Eles vinham com diversas propostas dizendo que poderiam financiar o veículo, liberar uma carta de crédito, nunca deixando claro que se tratava de um consórcio — e, nesse caso, de um falso consórcio”, disse o delegado.
Após o pagamento da entrada, nenhuma carta de crédito era liberada e os suspeitos passavam a dificultar o contato com as vítimas.
Os nomes dos suspeitos não foram divulgados.
Fonte: Amazonas Atual
Foto: Thiago Gonçalves/AM ATUAL


