Laudo do Crea aponta falhas de infraestrutura na obra do viaduto do Manoa
Victor Machado 2021-03-09 0 COMMENTSO laudo elaborado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Amazonas (Crea-AM) apontou uma série de falhas de infraestrutura na obra do viaduto do Manoa, na zona Norte de Manaus. O estudo técnico, elaborado pelo Grupo de Trabalho de Obras Públicas da entidade, foi entregue nesta terça-feira, 9/3, ao vice-prefeito de Manaus e secretário municipal de Infraestrutura, Marcos Rotta.
A análise técnica aponta que, no levantamento topográfico, as cabeceiras de acesso ao viaduto estão com uma inclinação muito acentuada do que é recomendado pelas normas de engenharia, problema visível a olho nu. Além disso, as questões estruturais relativas às juntas de concretagem e dilatação também devem ser executadas o quanto antes, pois apresentam falhas, entre muitos outros.
Segundo Rotta, a obra foi entregue de maneira apressada e irresponsável pelo último prefeito. O laudo entregue pelo Conselho contém sugestões e recomendações embasadas nas normas de engenharia, para que o viaduto seja entregue com segurança para a sociedade. A obra foi inaugurada no dia 31 de dezembro passado, e teve que ser fechada em menos de 24 horas por diversas irregularidades que colocavam em risco a segurança dos usuários.
“Não fosse essa medida, teríamos enfrentado muitos problemas se o viaduto fosse liberado, como foi feito de forma irresponsável no fim do ano passado. O laudo do Crea mostra um trabalho isento, independente, profissional e técnico. Agora vamos chamar o consórcio à sua responsabilidade e exigir que as recomendações do Conselho sejam seguidas à risca para o bem de uma obra extremamente importante para Manaus. Não dá para liberar a via do jeito que está”, afirmou Rotta.
O grupo de trabalho do Crea, formado por engenheiros de diferentes segmentos, liderados pelo presidente do Conselho, engenheiro Afonso Lins, estiveram no local no mês passado e fizeram a avaliação, amparados por documentos e projetos da obra que custou R$ 47 milhões. Para Lins, a obra foi entregue ainda inacabada.
“A pressa de fazer a entrega de uma obra grande como essa foi que ocasionou esses problemas. Muitos critérios não foram seguidos, projetos que não batem com a execução, até mesmo a resistência não foi obedecida, isso é grave. O próprio calculista diz que não houve desnivelamento em algo que é visível. Se estava tudo correto, porque fizeram um projeto de adequação? Recomendamos que ele seja revisto”, afirmou o presidente do Crea.