O município de Itamarati (a 985 quilômetros de Manaus), já é um dos mais afetados pela cheia do Rio Juruá no Amazonas este ano. De acordo com a Prefeitura, pelo menos 3,5 mil pessoas já foram afetadas na cidade do interior, situação que foi agravada pela pandemia, que dificulta a remoção de moradores e alojamento em espaços públicos.
Com o rio batendo a cota de 21,6 metros, a prefeitura de Itamarati espera que a cheia deste ano seja uma das maiores dos últimos anos. “Se não bastasse a crise sanitária provocada pela pandemia, a nossa dificuldade de combater e tratar a covid-19, agora nos debatemos em meio às águas que avançam nas ruas, desabrigando dezenas de famílias a cada dia. Nesse cenário não sabemos o que fazer: a alternativa de abrigar as famílias nos prédios públicos, como as escolas, contraria o nosso próprio decreto que recomenda o distanciamento social para conter a segunda onda da pandemia”, disse o prefeito João campelo.
De acordo com ele, 700 casas já estão completamente embaixo d’água e, apesar dos esforços, a prefeitura não consegue solucionar a situação sozinha. Ele garantiu que já buscou os parlamentares do Amazonas e até mesmo o governo do Estado para que o suporte necessário seja dado.
“Sem recursos financeiros, nem sabemos até quando teremos fôlego para fretar avião para o transporte de cilindros de oxigênio. Estamos certos de que a aglomeração das pessoas irá aumentar o contágio do coronavírus. Até o momento, não vemos sinal de apoio do Governo do Estado para o socorro das famílias atingidas por uma das maiores enchentes de todos os tempos”, lamentou Campelo.