MANAUS — O Amazonas é líder em atendimentos eletivos para doenças cardíacas na Região Norte, com 2.739 casos registrados. O Pará registrou 1.166 atendimentos em 2023 e o Tocantins, 587 casos, conforme dados da Abramede (Associação Brasileira de Medicina de Emergência). Atendimentos eletivos são aqueles planejados com antecedência, em situações que não exigem resposta imediata.
O estado é o segundo com maior número de atendimentos de urgência para doenças cardíacas, com 5.899 casos, atrás do Pará que registrou 10.908 ocorrências. Em seguida aparece Rondônia com 4.397 atendimentos e Tocantins com 2.726.
O Acre registrou 1.499 atendimentos, enquanto o Amapá teve 1.116. Os menores números foram observados em Roraima, com 915 ocorrências.
No total, o Norte contabilizou 33.334 atendimentos relacionados a doenças cardíacas, divididos entre 5.874 eletivos e 27.460 de urgência por problemas cardiovascular, mostra o levantamento.
Brasil
No Brasil, a cada minuto uma pessoa dá entrada em um pronto-socorro do SUS com crises agudas causadas por doenças que afetam o coração, como a insuficiência cardíaca e o infarto agudo do miocárdio. Em 2023, as internações decorrentes desse tipo de quadro foram de 641.980.
A entidade mapeou os principais problemas cardiovasculares registrados em hospitais públicos brasileiros, incluindo a doença reumática crônica do coração; o infarto agudo do miocárdio; as doenças isquêmicas do coração; os transtornos de condução e arritmias cardíacas; e a insuficiência cardíaca.
Regiões
O Sudeste, região mais populosa, concentrou o maior número absoluto de internações por doenças cardíacas, com 241 mil atendimentos desse tipo. Estados como São Paulo e Minas Gerais lideraram o número de casos, com 120.142 e 80.191, respectivamente.
No Nordeste, a pressão sobre as emergências também é classificada como significativa, sobretudo em estados como Ceará e Pernambuco, que registraram, respectivamente, 20.374 e 24.331 atendimentos de urgência. Os números correspondem a mais de 90% das internações por doenças cardíacas nesses estados.
O cenário mais crítico, segundo a Abramede, está em Mato Grosso do Sul, onde 97% das internações por doenças cardíacas foram de urgência. O estado teve 10.590 internações desse tipo, de um total de 10.963 atendimentos registrados em 2023 — maior percentual em todo o país.
Caráter emergencial
Ainda conforme o levantamento, no ano passado mais de 85% das internações relacionadas a doenças cardíacas foram de caráter emergencial. O infarto agudo do miocárdio, por exemplo, respondeu por 152 mil internações de urgência, representando 88% do total de internações para essa condição.
A insuficiência cardíaca, uma das condições cardíacas mais comuns, registrou 194,5 mil hospitalizações de emergência — 94% do total de casos da doença. O quadro ocorre quando o coração não consegue bombear sangue de forma eficiente, exigindo intervenção emergencial para evitar desfechos graves.
Perfil
Os homens aparecem como público mais afetado entre pacientes internados em caráter de urgência, respondendo por 57% das internações em 2023, enquanto as mulheres representaram 43% dos atendimentos.
O levantamento mostra também que o risco de doenças cardíacas aumenta consideravelmente conforme a idade avança — 67% das internações ocorreram em pacientes com 60 anos ou mais. Em seguida aparecem os grupos de 70 a 79 anos; de 50 a 59 anos; e de 80 anos ou mais.
“Embora as doenças cardíacas sejam majoritariamente associadas ao envelhecimento, há um número considerável de casos de atendimentos entre adultos jovens, que frequentemente estão expostos a hábitos de vida prejudiciais à saúde cardiovascular”, alerta a Abramede.
Fonte: Amazonas Atual
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